A ÚLTIMA PREGAÇÃO
Escombros da Igreja Sacré Coeur de Tugeau, em cuja casa paroquial Zilda Arns proferiu uma palestra antes de morrer
Fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns dedicou a existência a minorar o sofrimento dos despossuídos e a evitar o desperdício da vida. Até o último minuto.
Nos anos 80, por sugestão de dom Paulo, a pediatra e sanitarista aceitou formular um projeto para disseminar o uso do recém-criado soro caseiro, aproveitando a imensa influência da Igreja Católica entre os pobres, e com isso combater o flagelo da mortalidade infantil. Assim nasceu a Pastoral da Criança, um projeto tão singelo na sua concepção quanto na execução. Consistia em identificar, nas paróquias e comunidades católicas, lideranças que treinariam voluntárias para ensinar mães pobres a adotar o soro. Essa e outras medidas igualmente simples ajudariam a evitar que seus filhos morressem de diarreia, desidratação, contaminação e outros males fáceis de vencer com quase nada de dinheiro e um pouco de informação. O local escolhido para iniciar o trabalho foi a pequena Florestópolis, no Paraná. Lá, a mortalidade infantil era tão alta que, no único cemitério existente, o número de cruzes de tamanho pequeno, que sinalizavam os túmulos de crianças, superava em muito o de cruzes grandes. Depois do trabalho da Pastoral, a taxa de mortalidade baixou de 127 óbitos em cada 1 000 crianças nascidas vivas para 28. A partir daí, o programa foi sendo exponencialmente replicado até alcançar 72% do território nacional, além de vinte países na América Latina, África e Ásia.
Ao longo dos 25 anos em que esteve à frente da Pastoral da Criança, Zilda Arns visitou os cantos mais remotos do Brasil. Aterrissou em um sem-fim de aeroportos, fez travessias em barcos precários e sacolejou de ônibus por estradas que eram mais buraco do que chão. Seus olhinhos azuis sempre radiantes se acostumaram a ver a pobreza extrema e seu corpo forte se habituou à contenção e à precariedade:
" Amar é acolher, amar é compreender ,
amar é fazer o outro crescer"
Zilda Arns
Zilda Arns tinha 75 anos, um terço dos quais consagrados aos despossuídos e à tarefa de celebrar o caráter sagrado da vida – o que ela fez em cada uma das infinitas vezes em que ajudou a evitarseu desperdício.
Com gestos miúdos, persistência de formiga e fé colossal, construiu uma epopeia silenciosa que mudou a face do Brasil e o destino de milhões de pessoas.
Texto adaptado Revista VEJA - Edição 2148 / 20 de janeiro de 2010
Profª Célia Armani
Texto adaptado Revista VEJA - Edição 2148 / 20 de janeiro de 2010
Profª Célia Armani
Que nosso ano - e nossas vidas- se paute por estes ensinamentos. E que tenhamos quem nos lembre deles, se por acaso nos esquecermos.
ResponderExcluirZilda Arns foi e sempre será uma pregadora da paz! Vivendo em pró dos mais necessitados! Espero que assim como ela, existam pessoas de índole tão boa quanto a dela. Espero que pelo menos apartir de agora as pessoas se espelhem em seu exemplo de solidariedade e de expanção da paz!
ResponderExcluirNatalie P. C. 3º EM
Mai um exemplo de que garndes pessoas se fazem pelos seus pequenos atos. =)
ResponderExcluirGustavo
A Zilda desenvolveu ao longo de sua vida, um excelente trabalho com as crianças carentes, e sua bondade morreu no Haiti tentando fazer com que o povo tão sofrido tivesse mais oportunidades de escapar da fome, da miséria e do sofrimento em que viviam.
ResponderExcluirOs seus atos serão lembrados por todos junto com o seu amor pela vida, e com eles mais pessoas vão segui-los, podendo fazer diferença em um país que foi devastado. A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta.
Juan e Marcos 3ºEM
Sabemos que a paz é muito mais difícil que a guerra.O trabalho de Zilda Arns,poupou vidas com medidas simples e deu-nos o exemplo da abnegação,do amor e da prática do bem.Ela foi a demonstração prática de que milhões de vidas podem ser mudadas,apenas dando o primeiro passo.Que sua iniciativa de paz contagie o mundo!
ResponderExcluirPaula M. 3º colegial
É bom saber que existe gente como essa mulher, gente que nos ensina a olhar de outra maneira para as necessidades dos outros.
ResponderExcluirHerbet 3°EM
Acredito que a simplicidade, a busca do essencial é um caminho que conduz a Paz Verdadeira. No essencial encontramos o Princípio de todas as coisas , o Amor Maior que acolhe a todos sem reserva
ResponderExcluirCélia Armani
Zilda Arns, nos ensinou a sermos humildes, humanos e fraternos. O mundo perde uma pessoa maravilhosa, uma mulher guerreira e de valor. Porém em nossa memória e em nossos corações sempre estarão seus ensinamentos.
ResponderExcluirAtt
Aline Armani Soares