Carta aberta pela Paz

São Paulo, outubro de 2009.

Carta aberta pela Paz



Nós, alunos do Ensino Médio do Colégio Franciscano Stella Maris , escola que acredita na sabedoria da Paz ,da Fraternidade e do Bem queremos divulgar e compartilhar a nossa reflexão sobre a ausência de uma paz real e plena em nosso mundo.
Se procurarmos a definição de paz no dicionário, encontraremos como sendo a ausência de conflito. Esta palavra, porém, adquire um significado muito maior ao ser relacionada a personalidades de reconhecimento internacional, como Nelson Mandela. Num momento em que o Apartheid dividia a sociedade sul-africana – brancos e negros estudavam, tinha banheiros, moravam e frequentavam lugares diferentes –, Mandela liderou a batalha por igualdade em seu país. Contra a discriminação, primeiramente tentou lutar com as estruturas opressoras de mãos vazias e, para que sua luta fosse realmente efetiva, chegou a um ponto em que se utilizou de armas.
Mas a conquista da paz não pode ser feita com o poder de fogo; a verdadeira paz é obtida pelo amor, pela reconciliação e pela força das palavras. Aproximando-se deste conceito Mahatma Gandhi pregava o sacrifício próprio, sem odiar o seu opositor, pois seu objetivo não era agredir o outro, e sim solucionar conflitos de forma pacífica.
Entendemos que a proposta atual para a construção da paz é falha. Temos leis rígidas, e prendemos aqueles que julgamos perigosos ou aqueles que não podem pagar um bom advogado. Abandonados nas cadeias e sem programas de reinserção na sociedade, criamos uma estrutura que só gera mais violência e exclusão social. E isto não promove a paz.
As diferenças realmente existem, e é necessário aprender a conviver com elas assim como fez São Francisco. Em certa passagem, ainda em fase de mudança em sua vida, São Francisco caminhava fora da cidade quando avistou um leproso vindo em sua direção. Mesmo temendo a doença, especialmente pela imagem que a sociedade passava dos leprosos, acalma-se e aproxima-se do doente em quem reconhece um irmão que sofre; beija-lhe as mãos e o rosto e deixa algumas moedas em sua bolsa. Francisco aprendeu a acolher o diferente e, ao longo de sua vida, viveu uma relação de fraternidade com todas as criaturas. É um modelo a seguir, pois, ao aceitar o outro como é e amá-lo, rompe com os preconceitos impostos pela sociedade.
A paz começa em cada um de nós e se reflete na forma como olhamos e agimos em relação a tudo o que nos rodeia. Se realmente queremos encontrar a paz, devemos acolher e aprender a conviver com as diferenças. Não podemos nos esquecer de estar em paz com a nossa irmã natureza . São Francisco é o nosso exemplo de cuidado para com a vida.

É preciso um olhar mais franciscano da vida ,feito de amor, cuidado e ternura .Reconhecer que a paz verdadeira é muito mais do que a ausência de conflito e que a possamos construir mesmo a partir do confronto, das diferenças.

Muita Paz e Bem !

Daniele Muniz Nascimento,
Guilherme R. dos Santos Patto
Isadora Armani Soares,
Karen Mayumi Higashi,
Letícia Cardoso Rosa
Leonardo Pomaro Mendes

3º ano do Ensino Médio do Colégio Stella Maris